sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Malvada



Por Ananda Oliveira

Nome Original: All About Eve
Ano: 1950
Diretor: Joseph L. Mankiewicz
Elenco:
Bette Davis .... Margo Channing
Anne Baxter .... Eve Harrington
Gary Merrill .... Bill Sampson
George Sanders .... Addison DeWitt
Hugh Marlowe .... Lloyd Richards
Celeste Holm .... Karen Richards
Thelma Ritter ..... Birdie Coonan
Marilyn Monroe .... Srta. Caswell
Barbara Bates .... Phoebe

Sinopse: Margo Channing é uma reconhecida atriz da Broadway, que está envelhecendo, e Eve Harrington é uma jovem fã, que consegue se infiltrar na vida de Channing, e que acaba ameaçando sua carreira e relacionamentos pessoais.

Quando se fala em A Malvada, logo se associa o nome de Bette Davis.

Apesar de o título do filme chamar a atenção para Eve, não há dúvidas sobre o magnetismo de Margo nas cenas. 

Margo é uma estrela de meia-idade em declínio que se sente ameaçada por uma nova geração de atrizes, lançadas pelo cinema colorido com uma sensualidade mais dominante.
Eve conquista a todos com seu jeito inocente, enquanto ela usa os outros personagens como degraus para atingir o estrelato. Ela é descrita no filme como "uma pessoa com um desdém pela humanidade, capaz de amar ou ser amada, com uma ambição insaciável".

Os diálogos são impecáveis. Algumas falas de Margo, como "Somos todas abelhas cheias de ferrões fazendo mel dia e noite", "Pode colocar a estatueta onde seu coração deveria estar", "Esses fanáticos por autógrafos não são gente", "Apertem os cintos. Será uma noite turbulenta" são brilhantemente ditas entre um coquetel e outro, uma baforada de cigarro ou uma jogada de casaco no chão.


A volta triunfal de uma estrela

Antes de fazer Margo Channing em A Malvada, a atriz tinha fama de ter temperamento difícil que, junto com vários fracassos de bilheteria, levou a carreira da atriz para o fundo do poço. Ela tinha deixado de ser requisitada para filmes.

A atuação de Bette Davis marcou a volta da atriz ao período de vacas gordas.

"Foi uma oportunidade única na minha carreira. Eu disse a Mankiewicz que ele me ressuscitou" – disse Davis em 1983.


A vida imita a arte

Antes do início das filmagens, Mankiewic teve medo de trabalhar com Bette Davis. Ela tinha fama de incluir anotações nos scripts, de chegar atrasada, de arrumar briga com o elenco e de se desentender com diretores. Mas, segundo o documentário, Davis não alterou o roteiro, que ela considerava "perfeito".

E não era à toa a preocupação do diretor. Davis “causou” nos bastidores!

A Malvada teve bastidores explosivos, como se a vida imitasse a arte.

Durante as filmagens, Bette Davis se apaixonou pelo ator Gary Merrill, que no filme era o namorado de Margo. Na vida real, ambos ainda estavam casados. Depois do filme eles já tinham se separado e acabaram casando. A união não durou muito tempo. Segundo Davis “ele queria se casar com Margo não com Bette Davis.”

Houve brigas. Muitas Brigas.

Davis insultou Celeste Holm, que interpreta a melhor amiga de Margo. Celeste a cumprimentou com "bom dia" e a diva desdenhou com um "Merda, boas maneiras". Deixaram de se falar. A não ser se fosse por insultos.

Marilyn Monroe, que faz uma participação no filme, também sofria um bocado com as críticas das veteranas sobre sua interpretação pífia, apenas sensualizada. Davis se referia a Monroe como "vagabundazinha loira".

Anne Baxter e Davis tinham uma rixa nos bastidores. O desentendimento entre as duas rendeu uma disputa pelo Oscar de Melhor Atriz em 1951. Justamente porque Baxter insistiu que não queria ser indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. As duas perderam.

Curiosidades

OSCAR (1951)

Vencedor - Melhor Filme, Melhor Diretor (Joseph L. Mankiewicz), Melhor Ator Coadjuvante (George Sanders), Melhor Roteiro, Melhor Figurino (Preto e Branco) e Melhor Som.

Indicado - Melhor Atriz (Anne Baxter), Melhor Atriz (Bette Davis), Melhor Atriz Coadjuvante (Celeste Holm), Melhor Atriz Coadjuvante (Thelma Ritter), Melhor Direção de Arte (Preto e Branco), Melhor Fotografia (Preto e Branco), Melhor Edição e Melhor Música.

BAFTA(1951)

Indicado e Vencedor - Melhor Filme Estrangeiro

CANNES(1951)

Vencedor - Melhor Atriz (Bette Davis)
Prêmio Especial do Júri - Joseph L. Mankiewicz

GLOBO DE OURO (1951)

Vencedor - Melhor Roteiro

Indicado - Melhor Filme de Drama, Melhor Atriz de Drama (Bette Davis), Melhor Diretor (Joseph L. Mankiewicz), Melhor Ator Coadjuvante (George Sanders) e Melhor Atriz Coadjuvante (Thelma Ritter).


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