Especial Fernanda Montenegro
Por João Trettel
Fernanda
começou sua carreira aos 15 anos, como redatora, locutora e radioatriz da Rádio
MEC. Seu primeiro trabalho no teatro foi aos oito anos, em uma peça na igreja
de seu bairro. Sua estreia profissional aconteceu em dezembro de 1950, na peça
3.200 Metros de Altitude, ao lado de Fernando Torres que, além de companheiro
de profissão, se tornou seu marido.
Na Tupi, a
atriz participou de cerca de 80 peças, exibidas nos programas Retrospectiva do
Teatro Universal e Retrospectiva do Teatro Brasileiro, no decorrer de dois
anos.
Em 1954,
Fernanda se mudou para São Paulo, com Fernando Torres, e lá o casal formou sua
própria companhia, o Teatro dos Sete, com Sergio Britto, Ítalo Rossi, Gianni
Ratto, Luciana Petruccelli e Alfredo Souto de Almeida. A estreia do grupo
aconteceu em dezembro de 1959, com a peça O Mambembe, no Theatro Municipal do
Rio de Janeiro.
De volta ao
Rio, a atriz retornou para a Tupi e atuou em mais de 160 peças do Grande Teatro
Tupi, de 1956 a 1965. Foi na TV Rio que fez sua estreia nas novelas, em 1963,
em Pouco Amor Não é Amor. Em 1965, participou do programa 4 no Teatro (1965),
na recém criada TV Globo. No ano seguinte atuou na novela Calúnia, na Tupi.
Em 1967 fez
sua estreia na TV Excelsior, na novela Redenção. A trama teve 596 capítulos e
se tornou um marco na história da televisão brasileira. A atriz ficou na
Excelsior durante três anos e depois se afastou da televisão por nove anos.
Durante esses anos atuou em apenas dois trabalhos: no teleteatro A Cotovia
(1971), da Tupi, e num Caso Especial da TV Globo, Medéia (1973). Sua volta à TV
foi em Cara a Cara (1979), na TV Bandeirantes.
Fernanda estreou
nas novelas da Globo em Baila Comigo (1981), de Manoel Carlos. No mesmo ano
trabalhou em Brilhante, de Gilberto Braga.
Um de seus
maiores sucessos na televisão foi sua participação na primeira versão de Guerra
dos Sexos (1983). A atriz protagonizou cenas hilariantes e inesquecíveis ao
lado de Paulo Autran, como os primos Charlô e Otávio. Pela novela, Fernanda
ganhou o prêmio de Melhor Atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte
(APCA).
Estreou no
cinema com A Falecida, que lhe deu o prêmio de Melhor Atriz na I Semana do
Cinema Brasileiro (Festival de Brasília). Com o longa Central do Brasil (1999),
Fernanda foi a primeira brasileira indicada ao Oscar, além de receber o Urso de
Prata do Festival de Berlim, entre outros prêmios.
Em 1999,
Fernanda Montenegro foi condecorada pela Presidência da República com a
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, em reconhecimento de seus trabalhos nas
artes cênicas brasileiras. Na época foi realizada uma exposição no Museu de
Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, comemorando os 50 anos de carreira da
atriz.
Em 2013,
depois de três anos afastada das novelas, Fernanda voltou ao ar no remake de
Saramandaia. A última trama que a atriz tinha participado foi Passione, em
2010.
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