segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Azul É a Cor Mais Quente



Por Nathalia Lopes


Eu havia prometido uma crítica a respeito do filme Azul é a Cor Mais Quente, mas depois de passar algumas horas pensando em como iria fazer isso, descobri que não seria capaz de fazê-lo. O longa deixou-me tão... envolvida que não poderia escrever um texto impessoal sobre ele. Então, desculpem!

Ainda assim eu precisava falar alguma coisa sobre ele, mas de forma mais livre, mais solta, expondo meus pensamentos e impressões. Foi então que pensei: vou escrever na coluna Meu Cinema. Ela existe pra isso! Ufa!

Pois bem, vou começar desde o mais primórdio dos itens e tentarei avançar em uma sequência lógica e cronológica e sem dar spoilers; tentarei!

O título

Aos que não gostam de tradução de títulos, eis uma verdade: o título original é bem menos interessante. Azul é a Cor Mais Quente é mais interessante e poético do que La Vie d'Adèle (A Vida de Adèle). Por diversas vezes, a cor azul é utilizada em cenas que expressam alguma ideia, mesmo que simples e/ou discreta, de liberdade.

(Um pequeno parêntese: Para quem não sabe, a bandeira da frança possui três cores – azul, branco e vermelho – que representam os ideais da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade -- Liberté, Égalité, Fraternité.)

Logo, a cor azul representa a liberdade, tema muito recorrente no longa, principalmente na primeira metade. Esse pequeno detalhe torna o título, brasileiro e americano, muito mais poéticos do que o original.

O ritmo

O filme se divide em duas partes. Podemos dizer que se divide em: juventude (adolescência) e vida adulta.

Na primeira metade, o longa retrata a juventude, todas as descobertas e vivências dessa etapa da vida. Nessa fase o filme é bastante intenso, tem um ritmo rápido que faz com que mergulhemos na histórias e nas emoções ali presentes.

A segunda metade é mais sóbria, menos frenética e as emoções são mais contidas, porém não menos envolventes. É quase como se estivesse assistindo um outro filme.

A mudança de uma para outra metade ocorre de maneira brusca, o que, creio, vai fazer com que muita gente pense que o filme se perdeu e tal. Mas não. Se olharmos com atenção, veremos que é proposital e que foi muito bem pensado.

A fotografia

Achei bem interessante o que foi feito nesse filme. A fotografia foi muito bem trabalhada, ajudando a compor essa ideia de divisão. Há cenas lindas.

Atenção aos detalhes

Outro ponto que gostei bastante foi a atenção que foi dada aos detalhes. O filme passa uma sensação de realidade e rotina muito forte, graças a essa atenção. São coisas pequenas: o modo como Adèle amarra os cabelos; a ausência de maquiagem; o modo como ela mastiga; os diálogos despreocupados; a forma como ela ajeita a calça etc.

Sexo e nudez

Confesso que me assustei ao ver, mesmo que de forma rápida, o pênis do ator. Ainda não estou acostumada a ver nudez explícita no cinema. Mas nada que tenha me causado horror ou mesmo que tenha sido vulgar.

De fato, a nudez é bem explorada. Órgãos de ambos os sexos aparecem. E se isso for algo que te incomode, não recomendo esse filme, embora essas cenas sejam bem rápidas e em pouca quantidade.

As cenas de sexo é que são "o seguinte"! Fiquei com a certeza de que as duas atrizes realmente transaram durante as cenas, porque, ao meu ver, não tem como aquelas cenas terem sido feitas sem rolar de fato a transa. Também não procurei saber como foi; achei quebraria o encanto.

Azul é a Cor Mais Quente é um filme intenso, provocante e ao mesmo tempo suave e delicado. Ainda que não seja – ou justamente por não ser – um filme popular, é a união de tudo que torna um filme bom: atuação, direção, fotografia, roteiro.

  Um comentário:

  1. Nossa adorei! Ainda não vi o filme, mas essa matéria me deu mais vontade ainda de ver!

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