Noé
Por Ananda Oliveira
A história original de Noé não possui muitos conflitos. O
elemento narrativo mais evidente é a jornada do herói que recebe o chamado da
aventura. Ele coloca casais de animais e a família na arca para enfrentar o
dilúvio, permanecendo a bordo até que um dos pássaros enviados em busca de
terra retorne com a indicação de descoberta quando, então, eles saem da arca e
começa tudo de novo.
O Noé de Darren Aronofsky possui
apenas 3 itens semelhantes à história original: Noé, o dilúvio e a arca. Deve-se
levar em consideração que embora seja um personagem bíblico, a visão
apresentada no filme não é bíblica.
Vamos começar pelo inicio em que se diz: Adão e Eva tiveram
três filhos. Caim, Abel e Set.
Caim mata Abel. Na adaptação, Caim da início a gerações de
homens como ele: maus, invejosos e cobiçosos. E Set terá gerações de homens que
respeitam a terra, os animais e os seres humanos; de onde vem Noé e sua família.
Os conflitos entre Noé e os homens são muito bem
estabelecidos, não só pelos seus descendentes, mas, também, por suas ações no
decorrer da história, o que acaba gerando uma batalha no dia do dilúvio.
Existem ainda os personagens que são monstros de pedras, que
possuem a história mais linda de todo o filme, que casou como uma luva na
adaptação de uma forma um tanto poética.
Como nem tudo são flores, vamos à parte ruim da história que
é o que acontece dentro da arca.
A arca possui, junto com os animais adormecidos, claro, nada
mais nada menos, que um clandestino, Noé, a família e a agregada, que até então
não podia ter filhos.
Em um determinado período do filme, notamos que Noé torna-se
um fanático religioso. Até ai entende-se, já que é uma crítica feita pelo
diretor. MAS ver Noé andando pra cima e pra baixo da arca com uma faca e uma
cara de psicopata, não é legal. Embora faça parte do contexto em que o
fanatismo se encaixa na história.
Outra coisa ruim, a trilha sonora, sempre com o mesmo acorde
alto quando Noé toma alguma decisão ou acontece um ato divino.
E pra finalizar, podemos observar que, na época de Noé, já
existiam invenções maravilhosas como o teste de gravidez e a calça jeans. E o
mais importante de todos: o vinho, que Noé fez de uvas e se embriagou na praia,
onde o acharam pelado, deitado de bruços com as nádegas viradas pra lua.
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